A cirurgia ortognática é um procedimento para correção da oclusão dentária, com repercussão funcional na mastigação, respiração, fonação e deglutição. O objetivo da cirurgia não é estético, mas sim funcional.

Existem diversos problemas oclusais que causam dificuldades para os pacientes mastigarem, alguns dos quais podem ser corrigidos com tratamento ortodôntico convencional, com uso de aparelhos fixos e móveis. Há, entretanto, condições em que o tratamento ortodôntico, isoladamente, não é suficiente para fazer a correção, pois além do mau posicionamento dentário, os ossos da face também podem ter adquirido uma posição funcionalmente desfavorável.

Quando há ocorrência de ambos fatores, dentário e ósseo, contribuindo para a má oclusão dentária, diz-se que existe uma discrepância dento-esquelética, indicando assim que o tratamento necessário vai além do uso do aparelho ortodôntico convencional.

Uma das formas de classificação da oclusão dentária, muito utilizada em odontologia, é aquela que chamada de Classificação de Angle, em homenagem ao Dr. Edward Hartley Angle, ortodontista norte-americano, que propôs essa classificação baseando-se nas relações ântero-posteriores de dentes, definindo-as em Classes I, II e III. Concluiu ainda, que pacientes Classes I, II e III apresentavam características faciais próprias. Assim, é comum você ler e ouvir sobre má-oclusões referindo-se às mesmas classes, dizemos agora que o paciente apresenta perfil, Classes I, II ou III.

Há casos, porém que a má-oclusão dento-esquelética pode ser uma combinação destas alterações e, algumas vezes, não pode ser classificada utilizando apenas o padrão dentário, mas sim o facial. Nestes casos, dizemos que existe assimetria facial, ou seja, um desvio da linha média da face para um dos lados.

O tratamento inicia-se com a consulta com o cirurgião buco-maxilo-facial e ortodontista para definição do plano de tratamento. Algumas vezes, consultas com outras especialidades, como fonoaudiologia, cardiologia, alergologia, psicologia, etc podem ser necessárias ainda que antes de iniciar o tratamento. Nesta fase preliminar, é muito importante você tirar todas as suas dúvidas e, caso lembre em casa de outras informações que deseja, anote e leve no seu retorno com os profissionais. O importante é você iniciar o tratamento com todas as dúvidas e questionamentos esclarecidos pelos profissionais que conduzirão seu tratamento.

O desenvolvimento do tratamento apresenta, em essência, três etapas:

Etapa 1 - preparo ortodôntico para cirurgia ortognática

Nesta etapa desenvolve-se o tratamento ortodôntico, com o uso de aparelho fixo, que posicionará seus dentes corretamente, possibilitando a correção cirúrgica esquelética necessária para a correção da oclusão dentária com a cirurgia ortognática. O tempo de duração desta etapa varia, em média, entre seis a dezoito meses, variando conforme a gravidade do problema e a assiduidade às manutenções ortodônticas. O importante é você estar ortodonticamente apto(a) para ao final desta etapa. Ambos profissionais, ortodontista e cirurgião, acompanharão você neste período.

Etapa 2 - realização da cirurgia ortognática

A realização da cirurgia ortognática é o objetivo final do preparo ortodôntico e onde o cirurgião buco-maxilo-facial, através de técnicas cirúrgicas já consagradas na literatura científica, reposiciona a maxila, mandíbula e/ou mento para corrigir funcionalmente a má-oclusão dentária. A cirurgia é feita no hospital, sob anestesia geral, tem duração que varia entre uma a seis horas, podendo durar mais, conforme a discrepância dento-esquelética a ser corrigida. Você interna no mesmo dia da cirurgia , permanecendo no hospital entre um a dois dias, ou conforme a necessidade e orientação do seu cirurgião. Há um período de adaptação e recuperação, cujos detalhes das orientações você pode acompanhar em nossa seção que trata das orientações sobre procedimentos cirúrgicos, aqui mesmo em nossa site.

Etapa 3 - finalização do tratamento ortodôntico

Após oito a doze semanas da cirurgia, em média, os pacientes retornam ao ortodontista para iniciar a finalização do tratamento ortodôntico. Claro, que algumas vezes, esse retorno é antecipado, para fazer correções no aparelho, colagem que componentes do aparelho que se soltaram, etc, mas a ativação do aparelho precisa ocorrer no período correto, respeitando o tempo de cicatrização. Nesta etapa, o ortodontista faz pequenos ajustes e correções para permitir uma adaptação ainda melhor da oclusão dos seus dentes, além da manutenção de componentes do seu aparelho. Esta finalização pode durar três a doze meses, podendo se estender conforme a necessidade de cada caso, sem que isso represente qualquer problema em seu tratamento. São variações que ocorrem e são avaliadas caso a caso. Retirado o aparelho, você manterá o uso contínuo de contenção dentária e estará de alta do tratamento. É importante também ressaltar que, mesmo nesta etapa, você continua sob acompanhamento com seu cirurgião também. Acompanhamento este que durará até, pelo menos, um ano após sua cirurgia.

Este é um delineamento geral do tratamento para cirurgia ortognática. É importante lembrar que existem diversas variáveis e isso deve ser sempre discutido com os profissionais que estão conduzindo seu tratamento.

Em caso de dúvidas, agenda uma consulta com nossa equipe.

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